Esse dias me deparei com um fenômeno curioso. Estava eu na sala de aula, em uma matéria de educação qualquer quando a professora, por algum propósito qualquer, começou a contar a história de uma mulher que nasceu em algum contexto muçulmano. (realmente não consigo lembrar onde... mas é um daqueles lugares que se você nasceu mulher, ferrou)
Essa história estava presente na dissertação de uma professora da psicologia, que queria abordar o contexto da prisões femininas em países mulçumanos. Chamou à atenção dessa psicóloga que uma determinada presidiária não conversava jamais. É claro que a psicóloga foi atrás da história dela.
Era uma vez uma menina muçulmana que foi vendida para um marido muito mais velho. Naturalmente, ela sofreu alguns maus— tratos por parte do marido idoso. Quando ela era adolescente, para sua sorte (azar?) Seu marido morreu. Sem eira nem beira, foi para a cidade procurar emprego. Mas o único que "encontrou" foi o de prostituta. Entanto trabalhava, ela encontrou um companheiro com quem foi morar. A coisa desandou quando ela resolveu expressar o desejo de infância de aprender a ler para o novo companheiro. Ele a expulsou de casa e ela voltou a trabalhar. Daí um tempo, ela virou cafetina e arrumou um sócio e amante. Expressar o desejo de aprender a escrever e ler também não foi benéfico para a relação dos dois. O amante resolveu limpar a conta conjunta que eles tinham e dar o fora. Mas antes que ele de fato fugisse, ela apareceu em casa exigindo o dinheiro de volta. Quando ele disse não ela atirou nele com a arma que havia trazido para o encontro.
Quando a professora terminou de contar essa história, ela achou por bem acrescentar: "isso não significa que vocês têm que atirar em outra pessoa. Estou vendo alguma meninas sorrirem... Esse não é o caminho!" O curioso é que, sem perceber, eu estava sorrindo também. Eu achava que era só eu que, às vezes, sentia esse feminismo sádico brotar em mim. Afinal, tem coisa melhor do que ver um babaca machista se dar mal no final?
Essa história ilustra o que eu chamo de rumos errados que o feminismo por vezes toma. Decisões que parecem beneficiar e retificar a independência da mulher e que na verdade só deixa mais responsabilidades nas costas delas.
Portanto meninas, vamos parar de sorrir diante da morte alheia, por mais babaca que o morto fosse.
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
O Feminismo Sádico
domingo, 18 de novembro de 2012
O Leonardo da Vinci Charlatão
É uma verdade universalmente conhecida que, um homem, uma vez de posse de uma história antiga, detém segredos jamais revelados. Parece que quanto mais longe e mais obscuro o tempo, mais segredos da humanidade essas pessoas detinham. Já explico.
Há algum tempo li O Código da Vinci. Além de ser um bom livro, levantou algumas "polêmicas" sobre Jesus e o próprio Leonardo da Vinci. Para minha surpresa, ele entrou na lista de mais vendidos do mundo por tocar em uma espécie de "ferida" da Igreja católica ao dizer que Jesus teve filhos com Maria Madalena. Na minha opinião, realmente não interessa se ele teve descendentes ou não, até porque é impossível provar isso de forma satifatória. Afinal, qual é a dificuldade de aceitar que um homem não se casou há anos atrás?
Diante desse cenário surge o Leonardo. De acordo com esse livro, o cara era um gênio que chegava perto de Deus. Quem mais teria o poder de descobrir com quem Jesus dorme ou deixa de dormir? Mas essa genialidade parece surgir porque ele viveu em um dos top 5 dos tempos legais: o renascimento. No renascimento, o povo era tão foda e inteligente que nós, pobres historiadores do presente, não conseguiríamos descobrir todos os mistérios e conhecimentos que eles descobriram alguns séculos atrás sem a nossa tecnologia avançada.
Eu sei que o livro é uma ficção, mas a questão é que isso acontece com frequência. O peso da tradição é enorme, e às vezes vira um fardo. Várias vezes já vi pessoas argumentarem que "isso é certo porque é antigo" como se os antigos não errasem. Como se eles não fossem humanos como nós do século XXI.
Por isso é importante nós não nos deixarmos levar por uma argumentação que diz "foi sempre assim" porque têm coisas que foram sempre assim mas precisam ser mudadas. Olhar para história é importante mas não deve ser definidora de tudo.
Portanto, parem de dar tanto crédito ao Leonardo da Vinci porque ele foi apenas um ser humano. Genial, claro, mas mesmo assim um reles mortal. Atribuir essas coisas sobrenaturais a ele só me faz pensar nele como um grande charlatão.
Há algum tempo li O Código da Vinci. Além de ser um bom livro, levantou algumas "polêmicas" sobre Jesus e o próprio Leonardo da Vinci. Para minha surpresa, ele entrou na lista de mais vendidos do mundo por tocar em uma espécie de "ferida" da Igreja católica ao dizer que Jesus teve filhos com Maria Madalena. Na minha opinião, realmente não interessa se ele teve descendentes ou não, até porque é impossível provar isso de forma satifatória. Afinal, qual é a dificuldade de aceitar que um homem não se casou há anos atrás?
Diante desse cenário surge o Leonardo. De acordo com esse livro, o cara era um gênio que chegava perto de Deus. Quem mais teria o poder de descobrir com quem Jesus dorme ou deixa de dormir? Mas essa genialidade parece surgir porque ele viveu em um dos top 5 dos tempos legais: o renascimento. No renascimento, o povo era tão foda e inteligente que nós, pobres historiadores do presente, não conseguiríamos descobrir todos os mistérios e conhecimentos que eles descobriram alguns séculos atrás sem a nossa tecnologia avançada.
Eu sei que o livro é uma ficção, mas a questão é que isso acontece com frequência. O peso da tradição é enorme, e às vezes vira um fardo. Várias vezes já vi pessoas argumentarem que "isso é certo porque é antigo" como se os antigos não errasem. Como se eles não fossem humanos como nós do século XXI.
Por isso é importante nós não nos deixarmos levar por uma argumentação que diz "foi sempre assim" porque têm coisas que foram sempre assim mas precisam ser mudadas. Olhar para história é importante mas não deve ser definidora de tudo.
Portanto, parem de dar tanto crédito ao Leonardo da Vinci porque ele foi apenas um ser humano. Genial, claro, mas mesmo assim um reles mortal. Atribuir essas coisas sobrenaturais a ele só me faz pensar nele como um grande charlatão.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Sobre o Narcisismo de uma nação
Estudar francês é motivo de fascinação para algumas pessoas. De vez em quando, quando me perguntam que língua eu estudo começo a sequência com inglês e termino com francês, sempre há o comentário "francês é tão lindo! Sempre quis falar francês!" Já devo acrescentar aqui que não acho francês tão bonito assim e ultimamente tenho apanhado para aprender.
Eu até entendo a fascinação, sou fascinada por italiano. Mas o que muitas pessoas não sabem é que francês é uma nação muito narcisista. Isso mesmo. Eles só olham para o própio umbigo na hora de elaborar um livro de francês.
Você deve estar pensando: mas é óbvio que sim, aprender uma língua é aprender sobre uma cultura, portanto, é necessário que eles elaborem e falem bastante da própria cultura no livro de francês.
Mas o caso francês chega a níveis irritantes. Não é como os britânicos que variam bastante os assuntos e lugares, apesar de todas as reportagens do livro serem da BBC. Não é como os espanhóis que têm uma fascinação estranha "por los trenes", mas mesmo assim variam os lugares abordados no livro.
Agora no livro de francês não. O lugar sempre é o mesmo: Paris. Os restaurantes de Paris. A arquitetura de Paris. O trânsito de Paris. O problema do álcool no trânsito... de Paris! E quando não é sobre Paris é sobre qualquer lugar que fale francês, já que eles fazem questão de lembrar ao mundo que eles já colonizaram outras partes do mundo.
Antes de começar a aprender francês, carro leitor, sugiro que você vá preparado ou pelo menos bastante fascinado por esta nação narcisista, porque eu já enjoei.
Eu até entendo a fascinação, sou fascinada por italiano. Mas o que muitas pessoas não sabem é que francês é uma nação muito narcisista. Isso mesmo. Eles só olham para o própio umbigo na hora de elaborar um livro de francês.
Você deve estar pensando: mas é óbvio que sim, aprender uma língua é aprender sobre uma cultura, portanto, é necessário que eles elaborem e falem bastante da própria cultura no livro de francês.
Mas o caso francês chega a níveis irritantes. Não é como os britânicos que variam bastante os assuntos e lugares, apesar de todas as reportagens do livro serem da BBC. Não é como os espanhóis que têm uma fascinação estranha "por los trenes", mas mesmo assim variam os lugares abordados no livro.
Agora no livro de francês não. O lugar sempre é o mesmo: Paris. Os restaurantes de Paris. A arquitetura de Paris. O trânsito de Paris. O problema do álcool no trânsito... de Paris! E quando não é sobre Paris é sobre qualquer lugar que fale francês, já que eles fazem questão de lembrar ao mundo que eles já colonizaram outras partes do mundo.
Antes de começar a aprender francês, carro leitor, sugiro que você vá preparado ou pelo menos bastante fascinado por esta nação narcisista, porque eu já enjoei.
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Como (Não) Entender a Ásia
Em minha jornada nas matérias de história moderna e afins, de vez em quando topo com alguns autores discorrendo sobre o governo da Ásia, principalmente na China, nos séculos XVII e por aí em diante. O que mais me chama atenção é que nenhum dos autores (com excessão, talvez, de Weber) consegue entender realmente o que é (foi) a monarquia da Ásia. Isso porque nenhuma teoria ocidental se aplica ao caso chinês/asiático.
Isso parece óbvio para nós hoje em dia. Aplicar teorias ocidentais e tentar encaixar na Ásia nunca ia dar certo. Mas para o passado e o eurocentrismo, dava certo sim. O problema era que X coisa acontecia, por isso eles eram desse jeito. E dessa falta de entendimento surgia várias teorias mirabolantes, uma mais engraçada que a outra, mas o pior de tudo: cada juízo de valor mais absurdo do que o outro.
Por exemplo, Montesquieu (do século XVIII) dizia que seus princípios acerca da monarquia não deram certo na China porque havia alguma coisa no ambiente físico que produzia prodígios para a nação chinesa. Ja imaginou, chineses inteligentes brotando da terra?
J. S. Mill (século XIV) dizia que uma nação, quando estabelecida, criava características próprias. A Ásia, por sua vez, continhas as nações mais invejosas já vistas. Para ele, no fundo no fundo a Ásia queria ser o ocidente. Arrogância e eurocentrismo passaram longe... só que não. (o que é realmente uma pena, gosto muito dele)
O famoso Marx tentou explicar o modo de produção lá chamando de modo de produção asiático. Como diz o meu professor, ele inventou isso porque de verdade nunca entendeu como funcionava. Acho que a "dominação" extrema exercida pelo governo da China o deixou pasmado.
Em outras palavras, nenhum ocidental (tá, nenhum que eu tenha lido) conseguiu realmente entender a Ásia. Mais do que isso, a forma como o senso comum vê a Ásia foi a mesma forma com que os Romanos viam há dois mil anos atrás: Ásiáticos são inteligentes, mas muito estranhos e cruéis.
Agora com o PSY bombando nas paradas com o Gangnam Style e o maior contato que as pessoas terão, elas ( e eu) vão continuar não entendendo a Ásia do mesmo jeito.
Isso parece óbvio para nós hoje em dia. Aplicar teorias ocidentais e tentar encaixar na Ásia nunca ia dar certo. Mas para o passado e o eurocentrismo, dava certo sim. O problema era que X coisa acontecia, por isso eles eram desse jeito. E dessa falta de entendimento surgia várias teorias mirabolantes, uma mais engraçada que a outra, mas o pior de tudo: cada juízo de valor mais absurdo do que o outro.
Por exemplo, Montesquieu (do século XVIII) dizia que seus princípios acerca da monarquia não deram certo na China porque havia alguma coisa no ambiente físico que produzia prodígios para a nação chinesa. Ja imaginou, chineses inteligentes brotando da terra?
J. S. Mill (século XIV) dizia que uma nação, quando estabelecida, criava características próprias. A Ásia, por sua vez, continhas as nações mais invejosas já vistas. Para ele, no fundo no fundo a Ásia queria ser o ocidente. Arrogância e eurocentrismo passaram longe... só que não. (o que é realmente uma pena, gosto muito dele)
O famoso Marx tentou explicar o modo de produção lá chamando de modo de produção asiático. Como diz o meu professor, ele inventou isso porque de verdade nunca entendeu como funcionava. Acho que a "dominação" extrema exercida pelo governo da China o deixou pasmado.
Em outras palavras, nenhum ocidental (tá, nenhum que eu tenha lido) conseguiu realmente entender a Ásia. Mais do que isso, a forma como o senso comum vê a Ásia foi a mesma forma com que os Romanos viam há dois mil anos atrás: Ásiáticos são inteligentes, mas muito estranhos e cruéis.
Agora com o PSY bombando nas paradas com o Gangnam Style e o maior contato que as pessoas terão, elas ( e eu) vão continuar não entendendo a Ásia do mesmo jeito.
Porque você estudou a Revolução Francesa? Algumas Considerações sobre a Coreia
Se você não estuda história na universidade ou qualquer ciência humana já deve ter se perguntado: para quê estudar a história? quem vive de passado é Museu.
Ano passado, tive aulas particulares de coreano. A experiência foi boa não pelo coreano em si, mas sim pelo contato com uma pessoa do outro lado do mundo. Das muitas conversas que tivemos, a que mais me impressionou foi sobre o processo do DBSK (Dong Bang Shin Ki), um grupo de kpop com vozes divinas que estavam se separando.
Para quem não sabe, aí vai um breve histórico da briga: o DBSK debutou em 2003, mas foi em 2009 que três dos cinco membros entraram com um processo contra a SM (a empresa que agenciou/criou eles) pedindo uma revisão no contrato. Isso é muito comum no mundo Kpop; as empresas fabricam artificialmente os grupos de musica pop, com algumas excessões - o que não torna todos os grupos ruins. Enfim, o contrato revelou-se um ultraje até mesmo aos direitos humanos. (tá, brincadeira, mas na época fiquei revoltada) Para quem está com preguiça de ler o artigo aí vai uma amostra: além da absurda duração de 13 anos, se o grupo não vendesse mais de 500 mil cópias de seus álbuns, eles não teriam direito a nada dos lucros!
Diante disso, lá fui eu perguntar sobre o caso para a minha professora coreana: "você acha que o trio vai conseguir fazer sucesso?" a resposta dela foi um olhar de piedade para mim e um não. Para ela, a SM é uma empresa de tal tamanho e influência que iria sufocar qualquer tentativa dos três de voltarem à industria fonográfica. Mas porquê os dois membros ainda ficaram na empresa diante desse contrato absurdo? eu perguntei. "por honra" ela me respondeu. E para ela isso explicou tudo.
De fato, daí para a frente a SM fez de tudo para impedir a aparição do trio, (que passou a se chamar JYJ) começando a impedir a aparição deles em estatísticas em vendas de albuns até embargando, apesar da decisão contrária da corte de justiça, a participação deles em programas nos principais canais coreanos.
Ao meu ver, a reação da minha professora demonstra a importância de uma revolução francesa assim como a importância de se entender os fatos históricos. Na revolução francesa, aconteceu de um grupo estar insatisfeito com alguma coisa e se revoltar por isso. Apesar das muitas mortes que isso acasionou, houve também benefícios. Não necessariamente para as primeiras gerações, mas para o futuro. Em suma, é o pensamento de acreditar que se pode mudar algo na vida, não importa o tamanho do obstáculo a se superar.
Minha professora não teve, na sua história asiática, algo parecido com a revolução francesa. E se teve eu ignoro, já que na biblioteca da unb só existem livros de história geral da ásia, nunca nada específico. Ela não acreditou que alguém poderia vencer a SM em um processo, assim como os revoltosos não acreditaram que poderiam de fato derrubar a coroa francesa. E, de fato, nunca foi intenção do JYJ se separar da SM assim como nunca foi a intenção dos revoltosos derrubar a monarquia. Depois dos acontecimentos, houve até uma tentativa de congresso de Viena à la coreana. No final das contas, todos os outros grupos acabaram sendo beneficiados com essa briga, pois tiveram seus contratos revisados, do jeito que o trio queria desde o começo. Mas como eles são, agora, o símbolo da "revolução coreana", são eles que pagam o sapo inteiro.
Para vocês verem, há uma utilidade para a história. Acreditar no que pareceu impossível é parte da nossa história. Essa história, de uma forma ou de outra, constrói o nosso futuro. Ou pelo menos assim espero, de outra forma estarei desempregada quando me formar ahahahaha =D
Ano passado, tive aulas particulares de coreano. A experiência foi boa não pelo coreano em si, mas sim pelo contato com uma pessoa do outro lado do mundo. Das muitas conversas que tivemos, a que mais me impressionou foi sobre o processo do DBSK (Dong Bang Shin Ki), um grupo de kpop com vozes divinas que estavam se separando.
Para quem não sabe, aí vai um breve histórico da briga: o DBSK debutou em 2003, mas foi em 2009 que três dos cinco membros entraram com um processo contra a SM (a empresa que agenciou/criou eles) pedindo uma revisão no contrato. Isso é muito comum no mundo Kpop; as empresas fabricam artificialmente os grupos de musica pop, com algumas excessões - o que não torna todos os grupos ruins. Enfim, o contrato revelou-se um ultraje até mesmo aos direitos humanos. (tá, brincadeira, mas na época fiquei revoltada) Para quem está com preguiça de ler o artigo aí vai uma amostra: além da absurda duração de 13 anos, se o grupo não vendesse mais de 500 mil cópias de seus álbuns, eles não teriam direito a nada dos lucros!
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Da esquerda para a direita: O trio Junsu, Yochun, Jaejoong e a dupla que ficou Changmin e Yunho. |
Diante disso, lá fui eu perguntar sobre o caso para a minha professora coreana: "você acha que o trio vai conseguir fazer sucesso?" a resposta dela foi um olhar de piedade para mim e um não. Para ela, a SM é uma empresa de tal tamanho e influência que iria sufocar qualquer tentativa dos três de voltarem à industria fonográfica. Mas porquê os dois membros ainda ficaram na empresa diante desse contrato absurdo? eu perguntei. "por honra" ela me respondeu. E para ela isso explicou tudo.
De fato, daí para a frente a SM fez de tudo para impedir a aparição do trio, (que passou a se chamar JYJ) começando a impedir a aparição deles em estatísticas em vendas de albuns até embargando, apesar da decisão contrária da corte de justiça, a participação deles em programas nos principais canais coreanos.
Ao meu ver, a reação da minha professora demonstra a importância de uma revolução francesa assim como a importância de se entender os fatos históricos. Na revolução francesa, aconteceu de um grupo estar insatisfeito com alguma coisa e se revoltar por isso. Apesar das muitas mortes que isso acasionou, houve também benefícios. Não necessariamente para as primeiras gerações, mas para o futuro. Em suma, é o pensamento de acreditar que se pode mudar algo na vida, não importa o tamanho do obstáculo a se superar.
Minha professora não teve, na sua história asiática, algo parecido com a revolução francesa. E se teve eu ignoro, já que na biblioteca da unb só existem livros de história geral da ásia, nunca nada específico. Ela não acreditou que alguém poderia vencer a SM em um processo, assim como os revoltosos não acreditaram que poderiam de fato derrubar a coroa francesa. E, de fato, nunca foi intenção do JYJ se separar da SM assim como nunca foi a intenção dos revoltosos derrubar a monarquia. Depois dos acontecimentos, houve até uma tentativa de congresso de Viena à la coreana. No final das contas, todos os outros grupos acabaram sendo beneficiados com essa briga, pois tiveram seus contratos revisados, do jeito que o trio queria desde o começo. Mas como eles são, agora, o símbolo da "revolução coreana", são eles que pagam o sapo inteiro.
Para vocês verem, há uma utilidade para a história. Acreditar no que pareceu impossível é parte da nossa história. Essa história, de uma forma ou de outra, constrói o nosso futuro. Ou pelo menos assim espero, de outra forma estarei desempregada quando me formar ahahahaha =D
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Sobre o Bullying e a Pressão social
Psicologia de massas é algo assustador. Não que eu saiba muito sobre isso, mas a ideia simples de que um grupo de humanos pode me levar a fazer coisas que, se eu pensasse bem, não faria, é assustadora. Existem alguns fenômenos assim na história, onde pessoas se juntam em grupos e não questionam as ações do grupo.
Por exemplo, no filme alemão A Onda, um professor resolve explicar o que é uma autocracia. Ele monta um grupo que se chama "A Onda". O grupo se une e cria símbolos e lemas de tal forma que a coisa sai do controle. O interessante é que na cena final, quando um garoto aponta uma arma para todos por não admitir o fim da onda, o professor tenta mostrar que a onda está fora de controle, mostrando o absurdo que era usar a violência com os que estavam fora do grupo. Para mim, o mais interessante foi que ninguém, em nenhum momento, se perguntou: para quê serve a onda? qual o fim útil? os alunos apenas aceitavam a onda como fim por si mesmo.
Duas coisas dá para concluir desse filme: disciplina e o sentimento de pertencer a um grupo são coisas necessárias na vida de um ser humano que vive em sociedade. Mas como já dizia a minha avó, tudo em excesso faz mal. É por isso que vejo esses grupos assustadores e o bullying como complementos: de um lado, há uma pessoa pertencendo "tanto" a um grupo que faz besteira. Do outro, esse mesmo grupo não aceita determinada pessoa e faz besteira do mesmo jeito.
Desde que me entendo por gente, sempre odiei bullying. A ideia de alguém excluir um outro por causa dos óculos ou por causa da massa corporal me tirava do sério. Tanto que já fui chamada (ironicamente) de defensora dos mais fracos. Na época, aceitei o título com um sorriso no rosto, apesar de ficar com um pé atrás.
Quando eu estava no ensino médio, eu gostava de RBD. Isso mesmo, você leu certo. Rebelde. O original Mexicano. Tenho todos os CDs até hoje. Acontece que as pessoas, na época, olhavam com cinismo para a banda e os fãs. Em parte porque há uma rejeição da cultura latina no Brasil: brasileiro não gosta de lembrar que faz parte da latinidade, com todas aquelas novelas dramáticas. Me fazia muito feliz gostar deles, e eu não me importava nem um pouco com a incredulidade das pessoas quando descobriam que eu gostava de um grupo tão infantil quanto eles.
Mas onde você quer chegar, Ana Elisa? Qual é a relação entre Bullying, A onda, RBD... Já chego lá. Na minha época de fangirl, uma amiga minha me apresentou um garoto. Ele foi muito educado e tudo o mais, mas quando ficou a sós com ele, ele expressou sua opinião sobre o meu perfil do orkut. "Ela gosta de RBD!" ele se admirou. "é muito infantil". E foi assim que perdi um potencial namorado. Por gostar de uma banda. Uma banda que, por convenção social e pressão de muitos grupos na época, era ridícula.
Não nego que havia muitas fãs doidas e também tenho várias críticas acerca da banda. Mas esse garoto nem se deu ao trabalho de conversar comigo para ver se eu realmente era aquilo que ele falou. É por isso que, mais um vez, a pressão social me assusta. Esse menino não pensou por conta própria, ele apenas seguiu a maioria. Na época fiquei mal, até que comecei a me afastar de coisas relacionadas à banda. Foi a defensora dos mais fracos enfraquecendo.
Ultimamente, parece que é isso que vem acontecendo comigo. Eu calo a minha opinião só para não me indispor com outros e continuar a fazer parte de um grupo. Relembrar da época do RBD foi relembrar da época em que a pressão social não funcionava comigo, eu fazia o que era certo. E não admitia bullying.
É por isso que continuo a gostar de RBD: por não permitir que a pressão social tire de mim algo que me agradou.
Afinal de contas, a sociedade funcionaria melhor se não cedessemos às pressões sociais, expressássemos nossa opinião e não admitíssemos qualquer tipo de ofensa a alguém que (aparetemente) não consegue se proteger.
Por exemplo, no filme alemão A Onda, um professor resolve explicar o que é uma autocracia. Ele monta um grupo que se chama "A Onda". O grupo se une e cria símbolos e lemas de tal forma que a coisa sai do controle. O interessante é que na cena final, quando um garoto aponta uma arma para todos por não admitir o fim da onda, o professor tenta mostrar que a onda está fora de controle, mostrando o absurdo que era usar a violência com os que estavam fora do grupo. Para mim, o mais interessante foi que ninguém, em nenhum momento, se perguntou: para quê serve a onda? qual o fim útil? os alunos apenas aceitavam a onda como fim por si mesmo.
Duas coisas dá para concluir desse filme: disciplina e o sentimento de pertencer a um grupo são coisas necessárias na vida de um ser humano que vive em sociedade. Mas como já dizia a minha avó, tudo em excesso faz mal. É por isso que vejo esses grupos assustadores e o bullying como complementos: de um lado, há uma pessoa pertencendo "tanto" a um grupo que faz besteira. Do outro, esse mesmo grupo não aceita determinada pessoa e faz besteira do mesmo jeito.
Desde que me entendo por gente, sempre odiei bullying. A ideia de alguém excluir um outro por causa dos óculos ou por causa da massa corporal me tirava do sério. Tanto que já fui chamada (ironicamente) de defensora dos mais fracos. Na época, aceitei o título com um sorriso no rosto, apesar de ficar com um pé atrás.
Quando eu estava no ensino médio, eu gostava de RBD. Isso mesmo, você leu certo. Rebelde. O original Mexicano. Tenho todos os CDs até hoje. Acontece que as pessoas, na época, olhavam com cinismo para a banda e os fãs. Em parte porque há uma rejeição da cultura latina no Brasil: brasileiro não gosta de lembrar que faz parte da latinidade, com todas aquelas novelas dramáticas. Me fazia muito feliz gostar deles, e eu não me importava nem um pouco com a incredulidade das pessoas quando descobriam que eu gostava de um grupo tão infantil quanto eles.
Mas onde você quer chegar, Ana Elisa? Qual é a relação entre Bullying, A onda, RBD... Já chego lá. Na minha época de fangirl, uma amiga minha me apresentou um garoto. Ele foi muito educado e tudo o mais, mas quando ficou a sós com ele, ele expressou sua opinião sobre o meu perfil do orkut. "Ela gosta de RBD!" ele se admirou. "é muito infantil". E foi assim que perdi um potencial namorado. Por gostar de uma banda. Uma banda que, por convenção social e pressão de muitos grupos na época, era ridícula.
Não nego que havia muitas fãs doidas e também tenho várias críticas acerca da banda. Mas esse garoto nem se deu ao trabalho de conversar comigo para ver se eu realmente era aquilo que ele falou. É por isso que, mais um vez, a pressão social me assusta. Esse menino não pensou por conta própria, ele apenas seguiu a maioria. Na época fiquei mal, até que comecei a me afastar de coisas relacionadas à banda. Foi a defensora dos mais fracos enfraquecendo.
Ultimamente, parece que é isso que vem acontecendo comigo. Eu calo a minha opinião só para não me indispor com outros e continuar a fazer parte de um grupo. Relembrar da época do RBD foi relembrar da época em que a pressão social não funcionava comigo, eu fazia o que era certo. E não admitia bullying.
É por isso que continuo a gostar de RBD: por não permitir que a pressão social tire de mim algo que me agradou.
Afinal de contas, a sociedade funcionaria melhor se não cedessemos às pressões sociais, expressássemos nossa opinião e não admitíssemos qualquer tipo de ofensa a alguém que (aparetemente) não consegue se proteger.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
O começo
Está tudo muito estranho agora. E sinto que não é só comigo. Depois de uma greve de quase três meses da nossa querida Universidade de Brasília, de uma viagem em família e desencontros amorosos fantasma eu começei a mudar. É, na verdade, uma forma bem peculiar de mudar, mas bem simples. Eu acordo todo o dia e (além de finalmente me arrumar direito) digo para mim mesma que estou mudada. O engraçado é que o que mudou na verdade foi a minha vontade prática de mudar. E está bom até agora. Mas até quando?
Hoje tive a prova de fogo. Há tempos tenho que entregar um trabalho muito trabalhoso (=P) que exigia tempo e estresse de mim. Tempo e estresse que deixei de lado durante a greve. Resultado: eu não tinha absolutamente nada de produtivo para entregar ao meu professor. Agora com a minha nova resolução, resolvi "soltar a corda", como diz o meu irmão: eu estava determinada a trancar a matéria e dedicar o tempo necessário ano que vem. Covarde do jeito que sou, não tive coragem de trancar a matéria, então o trabalho ficou feito nas coxas. Mas a resolução ainda estava de pé; eu realmente soltei essa corda. Não estava me importando nem um pouco com a nota baixa do trabalho (que ainda virá).
Acontece que, quando cheguei em casa e abri meu email, vi uma mensagem do meu professor me pedindo que fosse ajudá-lo com a prova, já que sou sua monitora. Devo acrescentar aqui que meus deveres como monitora são limitados. A não ser que meu professor realmente esteja precisando de ajuda, ele quase não me chama. É o sonho de muitos monitores por aí. Então, a prova passou, eu não olhei meu email e a consciência pesou. Pesou porque eu tinha tomado para mim mesma como obrigação aparecer quando tinha prova, já que quase sempre tinha algo a se fazer pela aula. Mas, por causa do meu trabalho feito pelas coxas, eu me esqueci. E ficaria tudo bem se eu não lesse o email e soubesse que realmente precisavam de mim lá. Fiquei tão mal que me pergunto se eu não estava acumulando pesos na consciência e, no menor deslize, tudo se juntou e desabou sobre mim. Parece que, no final das contas, eu apenas joguei o peso na consciência de lado temporariamente.
Esta história não tem moral da história, mas me mostra que tudo começa com uma mudança, uma resolução, uma esperança. E é assim que desejo começar esse blog.
Hoje tive a prova de fogo. Há tempos tenho que entregar um trabalho muito trabalhoso (=P) que exigia tempo e estresse de mim. Tempo e estresse que deixei de lado durante a greve. Resultado: eu não tinha absolutamente nada de produtivo para entregar ao meu professor. Agora com a minha nova resolução, resolvi "soltar a corda", como diz o meu irmão: eu estava determinada a trancar a matéria e dedicar o tempo necessário ano que vem. Covarde do jeito que sou, não tive coragem de trancar a matéria, então o trabalho ficou feito nas coxas. Mas a resolução ainda estava de pé; eu realmente soltei essa corda. Não estava me importando nem um pouco com a nota baixa do trabalho (que ainda virá).
Acontece que, quando cheguei em casa e abri meu email, vi uma mensagem do meu professor me pedindo que fosse ajudá-lo com a prova, já que sou sua monitora. Devo acrescentar aqui que meus deveres como monitora são limitados. A não ser que meu professor realmente esteja precisando de ajuda, ele quase não me chama. É o sonho de muitos monitores por aí. Então, a prova passou, eu não olhei meu email e a consciência pesou. Pesou porque eu tinha tomado para mim mesma como obrigação aparecer quando tinha prova, já que quase sempre tinha algo a se fazer pela aula. Mas, por causa do meu trabalho feito pelas coxas, eu me esqueci. E ficaria tudo bem se eu não lesse o email e soubesse que realmente precisavam de mim lá. Fiquei tão mal que me pergunto se eu não estava acumulando pesos na consciência e, no menor deslize, tudo se juntou e desabou sobre mim. Parece que, no final das contas, eu apenas joguei o peso na consciência de lado temporariamente.
Esta história não tem moral da história, mas me mostra que tudo começa com uma mudança, uma resolução, uma esperança. E é assim que desejo começar esse blog.
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