"Tudo passa, até uva passa" eu costumo dizer. Eu acredito mesmo que tudo passa com o tempo: amor, ódio, raiva e por aí vai. Mas os mais incrédulos dizem que não; há que se fazer algo para curar, deixar o tempo simplesmente passar não adianta.
O tempo, já disse alguns historiadores, é uma invenção recente. Antes de existir relógio, existia o relógio dos ciclos de plantação, de reza, enfim, ciclos que andavam em círculos.
Acredito sim que existe um tempo inventado e um tempo real. E quando digo que o tempo cura tudo, me refiro aos dois tempos. O tempo inventado, que nada mais é do que o nosso tempo interno, nossa percepção do tempo real, é um dos mais importantes para a cura. Se você não deixa o tempo interno passar, você vive o mesmo dia por anos. E se você acelera o seu tempo interno, se cansa tanto que eventualmente vai parar e nunca mais querer seguir. Na mesma medida, o tempo real influência o tempo interno de modo decisivo e até mesmo cruel. Infelizmente, nosso corpo não acompanha o nosso tempo interno, e quando menos se percebe estamos velhos, quase morrendo, com muitos arrependimentos.
Nos dois casos, o tempo passa. Você pode até querer parar seu tempo interno porque você ainda quer amar aquela pessoa, ou ainda quer lembrar da pessoa que se foi, mas o tempo real vai bater na sua porta. Não deixe que isso aconteça de maneira cruel.
É irônico como não conseguimos viver no presente. Estamos sempre no passado ou no futuro, sendo que o futuro não existe e o passado não mais.
O que eu quero dizer é que, de agora em diante vou procurar viver no presente para tentar construir qualquer coisa, pois sei que será mais real do que construir no passado ou futuro irreal. Tanto no presente real quanto no interno.
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Ah! O Tempo...
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