segunda-feira, 1 de julho de 2013

A Virgem ou a Vagabunda?

Me surpreende que eu surpreendo algumas pessoas por mostrar outro lado meu. É que algumas pessoas me vêem falando francamente sobre assuntos espinhosos, como sexo e sexualidade e acham inapropriado. Não foi só uma vez que, depois de discorrer sobre alguma dessas coisas, as pessoas (em sua maioria homens - já explico o por quê) viram para mim e dizem: "Nunca te imaginei falando isso". Estranho. Eu falo muito disso dentro da minha cabeça.
Isso acontece porque eu naturalmente me encaixo no papel de virgem.
Na cabeça dos homens (não me matem, é só a minha teoria) existem sempre dois tipos de mulher: a virgem e a vagabunda. A virgem é para casar. A vagabunda é para realizar suas fantasias. Para a virgem, todo o respeito. Para a vagabunda, todo o... Deixa pra lá.
Quando o homem te encaixa em alguns desses estereótipo, fica difícil sair. Isso porque eles precisam desse estereótipos para saber como te tratar. Tem homem que não sabe como tratar a mulher como uma pessoa qualquer. A mesma coisa vale na classificação de feia e bonita. Tudo bem tratar uma mulher feia mal, ela é feia. Assim como está tudo bem tratar a vagabunda como tal.
O curioso dessa história é mulher não é tudo igual, assim como homem também não o é. Se formos seguir essa classificação masculina, toda mulher é uma mistura complexa disso tudo. Na minha opinião, tem muitas atitudes femininas que não se encaixam em ambas as classificações.E tem atitudes que servem para as duas. Mas isso não quer dizer que toda mulher quer ser vagabunda ou virgem (Nelson Rodrigues, vá tomar no c*!) Ela quer ser um ser humano. E todo o ser humano tem seus problemas e complexos.
É aqui que está a origem da crise do homem: Ele não consegue mais classificar tão certinho como se classificava 50 anos atrás. Quando uma mulher toma atitude de chegar no homem, por mais que ele goste no início, ele nunca vai respeitar e assumir um compromisso sério com a mulher. Isso porque tomar iniciativa é classificado como vagabunda, logo, é muito difícil você passar a ser virgem para ele. Ainda é muito confortável encaixar a mulher nessas caixinhas. Isso serve, inclusive, para que alguns homens violentem as mulheres; se ela é vagabunda - pública, por assim dizer - não tem problema.
Esse texto é uma tentativa de dizer: Não me encaixem em nenhum desses papéis, pois eu sou e não sou os dois. Me classifiquem pelo que sou e tento ser, não por classificações pré concebidas.
 Sou vagabunda e sou virgem. Não sou vagabunda e não sou virgem.